quinta-feira, 16 de julho de 2015

UHE – ITAIPU Binacional

Visita ao interior da barragem: 7-Julho-2015,
Início: 10:35h e Término: 13:15h.












1) Projeção de filme:
Apresentação e resumo de história da UHE no auditório da recepção.
A Usina Hidroelétrica de Energia (UHE) é maior geradora de energia limpa e renovável do mundo.
ITAIPU = na linguagem Tupi Guarani significa – a pedra que canta.

Em 1973 os brasileiros e os paraguaios decidiram construir uma barragem no Rio Paraná, no trecho denominado de Itaipu, para gerar energia elétrica. 

A construção da ITAIPU BINACIONAL começou em 1974 com a chegada de primeiras máquinas. Já no segundo semestre foi montada toda a infra-estrutura (escritórios, almoxarifado, refeitório, alojamento, hospital, enfermaria, melhorias nas estradas de terra e posto de combustíveis).

Quarenta mil homens trabalharam, em regime de 24 horas, para esta mega-construção, no pico da execução.

A primeira tarefa foi o desvio do curso do Rio Paraná; foram removidos 55 milhões de metros cúbicos de terra e rocha para escavar um desvio de 2 km de extensão, 150 m de largura e 90 m de profundidade.  Em 20 de outubro de 1978 o Rio Paraná foi desviado.

O modelo da barragem adotada foi do tipo gravidade aliviada, formando aberturas que lembram e estrutura de uma catedral.

O total de concreto utilizado na barragem foi de 12,3 milhões de metros cúbicos.  Com o fim das concretagens se iniciou as montagens das unidades geradoras em 1982. 

O primeiro rotor da turbina, com 300 toneladas, saiu de São Paulo em 4 de dezembro de 1981 e chegou ao canteiro de obras somente em 3 de março de 1982. A rede viária existente cujas pontes não suportavam o peso acarretou em viagens longas de 1.350 km. O transporte dos rotores de turbina ganharia agilidade posteriormente (a viagem mais rápida registrada foi de 26 dias).

Após o fechamento das comportas do canal de desvio, o reservatório se encheu em 14 dias, devido abundância de chuvas na época e cheia da água do Rio Paraná. Com este fechamento, também, se iniciou a operação de resgate da fauna da área inundada; chamou se de operação Mymba Kuera (“pega bicho” em Tupi Guarani). A operação salvou mais de 36.000 animais.

O enchimento do reservatório significou o fim das Sete Quedas.

Em 5 de novembro de 1982, com o reservatório já formado, os presidentes do Brasil, João Figueiredo, e do Paraguai, Alfredo Stroessner, acionaram o mecanismo que levanta automaticamente as 14 comportas do vertedouro, liberaram a água represada do Rio Paraná e, assim, inauguraram, oficialmente, a maior hidrelétrica do mundo (da época).

A Itaipu Binacional é líder mundial em produção de energia limpa e renovável, tendo produzido mais de 2,2 bilhões de MWh desde o início de sua operação, em 1984. Com 20 unidades geradoras e 14.000 MW de potência instalada, fornece cerca de 17% da energia consumida no Brasil e 75% no Paraguai.



2) 1ª Parada: Mirante Central
Visão panorâmica da barragem e do vetedouro. Infelizmente, não havia água correndo pelo vetedouro, neste dia, devido à escassez de água, (sistema hidrográfica do Rio Paraná), na região sul e sudeste do Brasil.

A função do vetedouro é escoar a água em excesso que chega ao reservatório durante o período de chuvas.


















3) 2ª Parada: Barragem de concreto (Cota 225)
A barragem é a estrutura que pode ser de (concreto, enrocamento e terra) que serve para represar a água e obter o desnível de 120 m (queda bruta nominal) que permite a operação das turbinas. Na parte superior da barragem principal, estão situadas as tomadas de água, estruturas com comportas que permitem que a água, passando por elas e pelos condutos forçados, alcance a caixa espiral, onde faz a turbina girar.
























A barragem da Itaipu tem 7.919 metros de extensão e altura máxima de 196 metros, o equivalente a um prédio de 65 andares. Consumiu 12,3 milhões de metros cúbicos de concreto, enquanto o ferro e o aço utilizados permitiriam a construção de 380 Torres Eiffel, dimensões que transformaram a usina em referência nos estudos de concreto e na segurança de barragens.


Do alto da barragem tem-se visão do enorme reservatório, água que parece não ter fim; e na jusante observa-se o Rio Paraná com leito original e a parte do desvio (saída de 4 turbinas) que seguem seu curso.

Observamos 2 pórticos e um guindaste sobre trilhos. Os pórticos servem para instalar e retirar os stop-log (comporta), para isolamento da parte hidráulica da parte geradora, durante o período de manutenção na parte elétrica; o guindaste serve para o içamento das grades na limpeza e manutenção.

Encontramos, também, 20 torres de proteções das unidades de pistão hidráulico que aciona (=movimenta) a comporta (de serviço) tipo vagão em emergências.







































4) 3ª Parada: Catedral (Cota 144)
A entrada para o interior da barragem fica entre 2 condutos forçados (tubos de 10 m de diâmetro, pintado de branco).























No interior da barragem, observa-se uma construção similar a de uma catedral. Ainda encontramos painéis para serviços auxiliares da barragem.



5) 4ª Parada: Sala de Supervisão e Controle Central (Cota 139)

Onde é feita a supervisão e controle de todos seus equipamentos e sistemas em turnos ininterruptos de revezamento, 24 horas por dia.

A equipe binacional composta por cinco operadores (um Supervisor da Operação em Tempo Real, dois Operadores Seniores e dois Operadores Assistentes) monitora mais de 25.000 pontos e controla outros 1.500 utilizando como principal ferramenta o sistema Scada (Supervisory Control and Data Acquisition).

Seu objetivo é fornecer aos operadores da usina informações detalhadas e automáticas de forma centralizada (disponíveis em mais de 1,5 mil painéis nas diversas galerias ao longo da usina) e organizadas em tempo real sobre as condições elétricas e hidráulicas dos equipamentos e das instalações. Possibilitando a análise permanente da situação, inclusive em emergências e facilita a tomada de decisões corretas e apropriadas dentro dos tempos necessários para manter o processo de geração e transmissão de energia e controle do reservatório.














6) 5ª Parada: Hall dos geradores (Galeria) – Cota 108

Um espaço impressionante, possui 1 km de extensão, onde os funcionários podem se deslocar de bicicletas e com carros elétricos (sistema de circulação tudo muito organizado, muita segurança) . Observa-se 20 tampas de geradores no chão e pontes rolantes no teto.
A manutenção do gerador é executada levantando-se a tampa e, quando necessária, a ponte rolante é utilizada.
























7) 6ª Parada: Espaço entre a turbina e gerador (Cota 92) - Casa de Força - Eixo da Unidade Geradora


O conjunto (turbina+gerador+auxiliares) transforma a energia cinética e potencial da água em energia elétrica.  Em outras palavras: A energia hidráulica é transformada em energia mecânica, quando a água passa pela turbina, fazendo com que esta gire. No gerador, que está acoplado à turbina através do eixo, a energia mecânica é transformada em energia elétrica.







































Regulador de velocidade

























O regulador de velocidade tem a função principal de atuar no sentido de aumentar ou diminuir a potência gerada pela turbina, quando a velocidade, ou freqüência se afasta do valor de referência (Brasil: 60 Hz (velocidade 92,3 rpm) e Paraguai: 50 Hz (velocidade 90,9 rpm)). Em função da demanda do sistema, o sistema regulador da turbina atua sobre a posição das pás do distribuidor controlando a abertura e conseqüentemente a vazão que chega ao rotor, gerando apenas a energia necessária para o consumo.

O distribuidor é um anel de pás ajustáveis que envolvem o rotor da turbina. Para alterar a velocidade angular da turbina é necessário modificar o ângulo das pás do distribuidor para alterar a passagem de água pelo rotor. O movimento das pás do distribuidor é feito por um anel de regulação, ligado às pás, por um sistema de biela-manivela.

Após a passagem da água pelo distribuidor, esta bate diretamente com as pás do rotor, onde a potência hidráulica é transformada em potência mecânica.

O regulador de velocidade executa várias tarefas além de ajustar o servomotor a fim de regular a frequência da variação da tensão e corrente elétrica.

  • Permite a sincronização do gerador ao sistema no menor tempo possível; 
  • Dar partida na máquina de forma suave, evitando os danos na turbina (se a água bater, diretamente, nas pás da turbina com esta parada, o choque mecânico pode resultar em danos); 
  • Na falha total de todas as fontes de alimentação de potência elétrica, promover o fechamento total do distribuidor, ou bloqueá-lo e mantê-lo numa posição fixa, enquanto é feita a manutenção, sem desligar a máquina do sistema. 
  • Em rejeição brusca de carga, executa o fechamento do distribuidor sem que a sobrepressão do duto e da caixa espiral, subpressão da sucção e sobrevelocidade de máquina superem os níveis garantidos pelo fabricante da turbina e do gerador.

Resumo
A visita foi para conhecer os principais componentes de uma usina hidroelétrica:
  • Barragem: onde é represada a água do rio para obter a maior queda de água;
  • Vertedouro – o excesso de água é despejado através dele, evitando a inundação da usina;
  • Tomada de água: onde faz a captação de água para diversas turbinas;
  • Conduto forçado: direciona a água até a turbina;
  • Casa de Máquina (ou casa de força) onde ficam:
1)     Turbina – que transforma a energia cinética da água em energia mecânica para acionar o gerador;
2)     Gerador – transforma a energia mecânica proveniente da turbina em energia elétrica;
3)     Regulador de velocidade – mantém a freqüência constante com a variação da demanda; faz a partida suave do conjunto (turbina+eixo+gerador) entre outras funções.
  • Canal de restituição de água – o rio segue o curso normal.

quinta-feira, 30 de abril de 2015

O Auto da Barca do Inferno

Saída pedagógica para assistir à peça teatral - 30 de abril de 2015.
Fez parte das aulas de português (literatura).


Peça teatral (dividida em cenas e atos) escrita por GIL VICENTE em 1517.


O AUTO proporciona uma amostra do que era a sociedade lisboeta (de Lisboa - Portugal) das décadas iniciais do século XVI, embora alguns dos assuntos abordados sejam pertinentes na atualidade.


A peça tem como cenário um porto onde se encontram duas barcas uma leva ao inferno e a outra para o paraíso, sendo a primeira guiada pelo diabo e a segunda por um anjo e sendo da decisão deles quem entra ou não em suas barcas.


Depois de mortas, as personagens ficam entre as barcas que leva ao paraíso e inferno para o julgamento. Uma a uma, as pessoas passam por julgamentos que levam em conta sua conduta na Terra. E é exatamente esse julgamento que decide entre a salvação e a perdição, destino da maioria das personagens.




RESUMO DO LIVRO:

Auto da Barca do Inferno, Obra de Gil Vicente que consegue se mostrar contemporânea.

Não é á toa que o livro “Auto da Barca do Inferno” de Gil Vicente, um clássico da literatura seja obrigatório, ele retrata a sociedade portuguesa do século XVI e ao mesmo tempo possui temas atuais, com uma boa sátira a sociedade

O Auto é uma peça teatral, divida em cenas e atos, escrita em 1517. O cenário desta obra é um porto onde se encontram duas barcas, uma leva ao inferno e a outra ao paraíso, uma guiada por um diabo e a outra por um anjo, e sendo da decisão deles quem entra ou não em suas barcas




Chegada e julgamento das almas
O primeiro personagem é o fidalgo, representante da nobreza e do luxo, e que em vida foi tirano e vivia de luxúria. O diabo diz que aquela é sua barca e que ele deve entrar ali. Ele se recusa e diz que muitas pessoas rezam por ele. Ao pedir para entrar na barca do anjo que leva ao paraíso seu pedido é negado devido aos pecados que cometeu. Ele se dirige para a barca do inferno e tenta convencer o diabo a ver sua amada, porém o diabo revela que ela o enganava.


O próximo personagem é o Onzeneiro, uma espécie de agiota da época, ele tenta convencer o anjo a deixá-lo ir para o paraíso mais o pedido é negado pois ele foi ganancioso e avarento. Ele tenta subornar o diabo, e diz que quer voltar para pegar toda a sua riqueza acumulada, porém o pedido é negado e ele entra na barca do inferno.


Depois, vem Joane, chamado de Parvo, que significa um tolo e inocente, que vivia de forma simples. O diabo tenta enganá-lo para entrar na barca, mais quando ele descobre o destino corre para conversar com o anjo que por fim devido a sua humildade o autoriza a subir na barca.


A próxima alma a chegar é a do sapateiro, que chega com todos os seus instrumentos de trabalho. Ele se julga trabalhador e inocente, por isso pede ao anjo para deixá-lo ir ao paraíso, o pedido, porém é negado já que ele roubou e enganou seus clientes. Ele então entra na barca do diabo. 


O quinto a chegar é o frade, que segue em direção ao anjo convicto que por ser um membro da igreja ali é seu lugar. Mas ele chega com sua amante e é condenado pelo anjo por falso moralismo religioso, portanto deve ir para o inferno. Indignado ele segue seu destino. Brísida Vaz é a próxima, uma alcoviteira que chega até o anjo com o argumento de possuir seiscentos virgos postiços, que seriam hímens. Isso deixa a entender que prostituía meninas virgens. Ela é condenada por bruxaria e prostituição, e entra então na barca do diabo.


Em seguida chega o Judeu, de nome Semifará, acompanhado de um bode. Nem o anjo ou o diabo o quer em sua barca. Ele não pode chegar perto do anjo acusado de não aceitar o cristianismo, e então tenta convencer o diabo a levá-lo, que aceita com a condição que ele irá rebocado e não dentro da barca. Está é uma crítica ao movimento que acontecia na época, em que muitos judeus foram expulsos de Portugal e os que ficaram deveriam se converter.


Por fim chegam os representantes da lei, um corregedor e um procurador, que aparecem com seus livros e processos nas mãos e tentam argumentar sua entrada no céu. Porém são impedidos e acusados por manipular a justiça para o bem próprio. Eles seguem para a barca do inferno, onde parecem já conhecer a alcoviteira.


Os últimos a chegarem são quatro cavaleiros que lutaram e morreram defendendo o cristianismo, por isso são perdoados de seus pecados e seguem para a barca do anjo.


Gil Vicente mostra nesta obra os valores da época, fazendo uma sátira social e demonstrando que aqueles que acumulam e não pensam no bem e nas leis de Deus em vida, merecem o inferno como destino.




segunda-feira, 21 de julho de 2014

Centro Tecnológico do Vale do Paraíba

(São José dos Campos e Caçapava - Vale do Paraíba – SP)
Data: 21-Março-2014, 7:30h ~18:30h


Duas visitas em especial neste passeio:

1) Memorial Aeroespacial Brasileiro (MAB)
    (São José dos Campos – SP)

Assistimos ao filme que mostrou a evolução da tecnologia brasileira no campo aeroespacial ao longo do tempo.











Vimos maquetes de diversas aeronaves de produção nacional, réplicas de foguetes, aviões e mísseis de uso das Forças Armadas.

Na parte coberta, explicações dos monitores:




















































Na parte descoberta (a céu aberto):
































































2) Fábrica de chocolates – NESTLÉ
    (Caçapava - SP) 











Visita pela sua fábrica de chocolates. Uma “viagem” por todo processo de fabricação – desde a plantação de cacau.












A visita durou, aproximadamente, 1 hora e 20 minutos, passamos por 11 etapas com painéis interativos, sonorização, ambientes aromatizados e apresentação de pequenos vídeos que contam um pouco da história dos principais chocolates da empresa.

Não passamos exatamente na fábrica – linha de produção, mas podemos observar pelas janelas espalhadas no corredor de visitação.














O almoço na churrascaria – sistema self service:












Hoje conhecemos um pouco da história aeroespacial do Brasil, como foguetes e aviões de caça.  Também, aprendemos um pouco sobre a fabricação de chocolates.

Este passeio foi muito especial, certamente, foi a última da turma que está mais de 8 anos juntos, pois estamos atravessando para uma nova fase das nossas vidas – o ensino médio. No ano que vem, muitos estarão trilhando caminhos diferentes (=escolas diferentes).

Mas, tenho a certeza de uma coisa: o reencontro é inevitável numa esquina qualquer.


quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

BARRA BONITA - SP

21-JUNHO-2013 - (5:30H ~ 22:30H)
Adiado (devido às manifestações de “Passe Livre”) para 2-Agosto-2013 – (6:00h ~ 22:30)

Bandeirantismo;
Histórico do Rio Tietê e sua importância;
Fontes de energia;
Funcionamento de uma eclusa;
Qualidade da água do rio;
Fluxo da produção nacional de mercadorias;
Produção agrícola e industrial do Brasil e de São Paulo.


HISTÓRIA

Esta região recebeu grande fluxo de bandeirantes (em busca de riqueza e apresamento de índios), desde o tempo das colonizações, até o fim do século XVIII, graças às facilidades de navegações pelo Rio Tietê.  Mas, encontrava neste trecho, hoje, Barragem de Barra Bonita, as primeiras corredeiras que obrigavam os bandeirantes a tirar os barcos do rio e carregar através da margem.  Não raras vezes, ali acampavam para renovar as forças; estes acampamentos foram a origem do povoado de Barra Bonita.

Em meados de 1883, o povoado obteve a denominação de Barra Bonita, nome originário de um córrego que se situa, até os dias de hoje, no centro da cidade.

E nesta época sob indícios de minerais preciosos e terra roxa localizados às margens do rio, famílias italianas espanholas, fixaram residências, fazendo a derrubada da mata ali existente (talvez tenha sido a primeira da série de desmatamentos que continua até hoje).  Iniciaram o plantio de café, a criação de gado e outras formas de exploração dos recursos existentes.

Logo depois do plantio do café, surgiram as primeiras olarias (fábrica de tijolos e telhas), formando uma sólida fonte de renda para o povoado.  As indústrias do barro proliferaram graças à facilidade de encontrar e abundância de argila na região ribeirinha.

As telhas fabricadas eram vendidas em Jaú, (centro comercial da época); estas telhas eram transportadas por carros de boi.

Em 5 de março de 1915, foi inaugurada a Ponte Campos Salles, unindo às cidades Igaraçu do Tietê e São Manuel, vizinhas da outra margem do rio.





A instalação da Estrada de Ferro Barra Bonita, na década de 20 (do século XX), não acrescentou vantagens econômicas à região.
Eram três estações: Campos Salles, Barra Bonita e Barreirinho.

Na década de 40 surge uma nova cultura: cana de açúcar.  Pouco mais tarde, surgem usinas de açúcar e álcool.

O ritmo do progresso de Barra Bonita cresceu com inauguração da usina hidrelétrica de Barra Bonita, no dia 20 de janeiro de 1963.
Eclusa junto à Usina Hidroelétrica foi inaugurada no dia 29 de novembro de 1973 para viabilizar a Hidrovia Tietê-Paraná, sendo a primeira da América do Sul a ser explorada turisticamente.

Hoje, mesmo com a predominância das atividades agrícolas canavieiras, a indústria se faz forte nas áreas de pisos cerâmicos e equipamentos eletrônicos. O turismo, beneficiado com a paisagem natural e a interferência humana, caso da bela ponte Campos Salles e da eclusa da hidrelétrica da CESP, está em franco crescimento, atraindo principalmente o turista interessado em história e ecologia.

BANDEIRANTES
Os bandeirantes eram membros que participavam das expedições denominadas de bandeiras.  Estas expedições eram de cunho particular visando vantagens econômicas (=lucros).   Partiam sempre de São Vicente e São Paulo de Piratininga, para interior do Estado de São Paulo.
Os bandeirantes foram homens de extraordinária fibra e extrema violência, corajosos desbravadores das terras que se estendia para além da linha de Tordesilhas. Na verdade, os paulistas dos primeiros tempos não tinham muitas alternativas de escolha: ou enfrentavam a mata e seus desafios, ou caiam no mar.
As expedições tinham três objetivos:
  • Caça aos índios: capturavam índios para serem escravizados e vendidos aos fazendeiros de cana-de-açúcar.  Invadiam tribos e missões de jesuítas, porque ali tinham índios já treinados para trabalhar em plantações.
  • Sertanismo de contrato: eram pagos para combater os quilombos (aldeias de escravos fugitivos, que formavam em matas fechadas).
  • Procura do ouro: dedicaram à exploração de ouro e de pedras preciosas, principalmente regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
O Rio Tietê foi o meio mais utilizado pelas expedições de bandeiras, porque era mais fácil e prático navegar do que abrir caminhos, cortando árvores e cipós pela mata, para desbravar o interior.   Vale ressaltar que o Rio Tietê era indomado (virgem), isto é, o homem ainda não tinha colocado as suas mãos, portanto, não tinham barragens e muito menos eclusas; as bandeiras para desviar das corredeiras tiveram que carregar os barcos pelas margens para transpor este problema.
Podemos afirmar que os bandeirantes foram muito mais do que simples exploradores e caçadores de riquezas. Eles foram um dos principais responsáveis pela expansão de todo o território brasileiro, ultrapassando as barreiras do Tratado de Tordesilhas.   O Brasil é hoje um país de dimensões continentais graças aos bandeirantes.

RIO TIETÊ

O rio Tietê nasce a 840 metros de altitude, na cidade de Salesópolis (Estado de São Paulo), na Mata Atlântica, situada na região da Serra do Mar. Atravessa o estado de São Paulo, na direção de leste a oeste (isto é, no sentido interior). É o único rio de expressão que corre no sentido interior no Brasil. Ele deságua no rio Paraná, no município de Itapura (divisa entre São Paulo e Mato Grosso).
O rio Tietê possui 1.100 quilômetros de extensão e, em seu trajeto, banha 62 municípios paulistas.  A Barra Bonita, que fica na margem direita, é um desses municípios.
Este rio teve uma grande importância na história do país, pois serviu de rota para os bandeirantes, até a metade do século XVIII.  Estes desbravadores, que ampliaram o território brasileiro, utilizavam o rio Tietê para chegar ao interior do estado de São Paulo, atingindo a região de Mato Grosso. Durante o percurso, os bandeirantes fundaram diversas cidades.
Nas épocas seguintes, foi muito utilizado para a navegação e até mesmo para a prática de esportes náuticos, principalmente, na região metropolitana de São Paulo (temos até o Clube de Regatas Tietê). Foi a partir da década de 1950 que este quadro mudou. Com o crescimento populacional e industrial desordenado da cidade de São Paulo, o rio passou a receber o esgoto doméstico e industrial no trecho da cidade, deixando suas águas poluídas e contaminadas.
A partir da década de 1990, após forte mobilização popular, o governo do estado de São Paulo deu início ao projeto Tietê Vivo. Este projeto, ainda em execução (projeto deve ter fim somente com a despoluição total do rio, neste trecho metropolitano), tem apresentado bons resultados. A poluição da águas do rio já apresenta diminuição, pois boa parte do esgoto tem recebido tratamento. Espera-se que, nos próximos anos, o rio recupere as boas condições de suas águas como nas décadas passadas.

GERAÇÃO DE ENERGIA E TRANSPORTE HIDROVIÁRIO
 
Os reservatórios do Rio Tietê respondem por parcela considerável da demanda de energia hidrelétrica da região sudeste do Brasil.
E o Tietê continua sendo importante canal para escoamento de grãos produzidos (aproximadamente 3 milhões de toneladas por ano).
Barra Bonita é a primeira de uma cascata de barragens subseqüentes (6 no total), distribuídas ao longo da hidrovia Tietê-Paraná. A usina represa as águas do rio Tietê, um dos afluentes da bacia do rio Paraná que abastece o reservatório da Itaipu Binacional. A hidrovia abrange, por sua vez, 220 municípios em cinco Estados, sendo responsável pelo escoamento anual de aproximadamente 3 milhões de toneladas de grãos.

Usina Hidrelétrica Barra Bonita:

O ritmo do progresso de Barra Bonita cresceu com inauguração da usina hidrelétrica de Barra Bonita, no dia 20 de janeiro de 1963.
A bacia hidrográfica do reservatório é de 32.330 Km2, largura máxima de 5.800m., profundidade média de 35 m. e altura máxima de 32,50m.
A barragem possui cinco vãos e a altura da queda d`água de 24,10m. gerando energia com potencial normal de 112.400Kw. e máxima de 140.760Kw.

São 4 turbinas tipo Kaplan (de reação), são de eixo vertical, funcionam totalmente submersos, ideais para barragens que não possuem muita queda (=altura, energia potencial da água); que aproveitam energia cinética (=velocidade do fluxo) e a pressão da água. Cada uma gerando aproximadamente 35 Megawatts de energia.






COMO FUNCIONA A ECLUSA E PORQUE É CONSTRUÍDA
Eclusa é uma obra de engenharia hidráulica que permite que barcos subam ou desçam os rios ou mares em locais onde há desníveis (barragem, quedas de água ou corredeiras). Eclusas funcionam como elevadores para navios: há duas comportas separando os dois níveis do rio.


Quando a embarcação precisa subir o rio ela entra na eclusa pelo lado jusante e permanece na câmara. A comporta de jusante é então fechada e a câmara enchida com água, causando a elevação da embarcação até que se atinja o nível do reservatório superior. A partir desse momento, a comporta de montante pode ser aberta e a embarcação sai da eclusa.
Quando a embarcação precisa descer o rio ela entra na câmara pelo lado montante da eclusa. A seguir, fecha-se a comporta de montante e esvazia-se gradualmente a câmara até que se atinja o nível do reservatório inferior. A porta de jusante é aberta e a embarcação sai da eclusa. As operações de enchimento e esvaziamento da câmara são geralmente feitas por gravidade com a ajuda de pequenas comportas e válvulas.
Eclusas são construídas para eliminar as diferenças do nível da água nas barragens das usinas hidrelétricas, ou de simples barragem.  As barragens são construídas para gerar energia e/ou eliminar, principalmente, as corredeiras e quedas de água que dificultam, ou impossibilitam a navegação.
A eclusa de Barra Bonita possui um comprimento de 142,20 metros, largura de 11 metros e o seu desnível é de 25 metros.  Esta eclusa é utilizada por embarcações de turismo e carga para transpor para o outro nível da barragem e com isso permitir a continuação da navegação no Rio Tietê.
ÁGUA DO RIO TIETÊ
Analisaremos o trecho de cidade de São Paulo até barragem da Barra Bonita.
Deparamos com um Rio Tietê limpo (pelo menos aparentemente) e navegável; foi sem dúvida a melhor surpresa do nosso passeio.  Como paulistanos conhecemos o trecho metropolitano do rio (hoje muitíssimo poluído e malcheiroso) ; mal podemos acreditar que a apenas 300 km da Cidade de São Paulo é possível passear de barco pelo Tietê, ver os peixes e garças na região.
Em apenas 300 km, a força da natureza, (os micro-organismos decompositores e fatores físico-químicos), conseguem limpar a água que é totalmente poluída na cidade de São Paulo.
Mas, não conheço micro-organismo que elimina os metais pesados, este um dos poluentes mais nocivos e presentes nas águas poluídas da cidade de São Paulo, por consequência do esgoto industrial.  Portanto, devemos analisar o nível destes metais pesados presentes nas águas do Tietê na região de Barra Bonita.
Antes mesmo de conhecer os resultados de análises desta água, podemos supor que a presença de metais pesados na barragem da Barra Bonita é certa, porque esta barragem é a primeira em relação à cidade de São Paulo.  O reservatório recebe a água e consequentemente contaminação que desce pelo rio Tietê; quando o fluxo de água chega ao reservatório, a sua velocidade diminui, isso acontece porque o local foi transformado num lago por conta da barragem.  Logo, toda a carga de sedimentos com contaminantes que o rio consegue arrastar, acaba parando ali.   Este processo se chama assoreamento.
Portanto, na minha opinião, não devemos consumir os pescados desta região e nem utilizar esta água para irrigação de lavouras.   Logo, com mais razão, não podemos consumir esta água sem um tratamento adequado.